LIMA, 20 Jan (Reuters) – Dezenas de peruanos ficaram feridos na noite de sexta-feira depois que a polícia entrou em confronto com manifestantes em protestos antigovernamentais que se espalharam por todo o país.
Na capital Lima, policiais dispararam gás lacrimogêneo para impedir que manifestantes jogassem garrafas de vidro e pedras enquanto os incêndios queimavam nas ruas, mostraram imagens da televisão local.
Na região de Puno, no sul do país, cerca de 1.500 manifestantes atacaram uma delegacia de polícia na cidade de Ilavé, disse o ministro do Interior, Vicente Romero, em comunicado à mídia.
Romero disse que uma delegacia de polícia em Cebita, Puno, também pegou fogo.
Autoridades de saúde em Ilawe disseram que oito pacientes foram hospitalizados com ferimentos, incluindo braços e pernas quebrados, ferimentos nos olhos e abdômen perfurado.
No final da tarde, o ombudsman do Peru informou que 58 pessoas ficaram feridas nos protestos em todo o país.
A agitação ocorreu após um dia de turbulência na quinta-feira, quando um dos prédios históricos de Lima foi totalmente destruído por um incêndio, com a presidente Tina Polwarte prometendo reprimir os “vândalos”.
A destruição do edifício, uma mansão centenária no centro de Lima, foi descrita pelas autoridades como a perda de um “bem monumental”. As autoridades estão investigando as razões para isso.
Romero disse na sexta-feira que o incêndio foi “planejado e organizado sistematicamente”.
Milhares de manifestantes foram a Lima nesta semana, pedindo mudanças e irritados com o aumento do número de mortos nos protestos, que oficialmente chegou a 45 na sexta-feira.
Os protestos eclodiram no Peru desde a derrubada do presidente Pedro Castillo, em dezembro, que tentou dissolver a legislatura para evitar uma votação de impeachment.
A agitação se concentrou no sul do Peru até esta semana.
Glencorin, na região de Cuzco (GLEN.L) Pela terceira vez neste mês – uma das maiores do país – a enorme mina de cobre de Andapake interrompeu as operações na sexta-feira depois que manifestantes invadiram o local.
Aeroportos em Arequipa, Cusco e na cidade de Juliaca, no sul, também foram atacados por manifestantes, desferindo um novo golpe na indústria do turismo peruana.
“É um caos nacional, você não pode viver assim. Estamos em um estado terrível de incerteza – a economia, o vandalismo”, disse Leonardo Rojas, morador de Lima.
O governo cerceou alguns direitos civis e estendeu o estado de emergência a seis regiões.
Mas Polwart rejeitou os apelos para que ele renunciasse e realizasse eleições antecipadas, em vez disso, pediu negociações e prometeu punir os envolvidos nos distúrbios.
“Todos os rigores da lei cairão sobre aqueles que agiram com vandalismo”, disse Polwarte na quinta-feira.
Alguns moradores locais apontaram o dedo para Poluarte por não tomar medidas para reprimir os protestos que começaram em 7 de dezembro em resposta à deposição e prisão de Castillo.
Grupos de direitos humanos acusaram a polícia e o exército de usar armas letais. A polícia diz que os manifestantes usaram armas e explosivos caseiros.
Declaração de Marco Aquino; Por Isabelle Woodford; Edição por Bill Bergrod, Leslie Adler e William Mallard
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